Que queimem-se as bandeiras do mundo
Esse sentimento provavelmente surgiu nos primórdios da humanidade, quando tal sentimento não era uma mera opção, mas uma necessidade. Naquela época, quando os homens ainda viviam em pequenos grupos e tribos, não se podia confiar no desconhecido e em outros grupos que você nunca vira pois poderia ser atacado a qualquer momento. O medo era um sentimento constante e cada novo passo representava um perigo de ataque em potencial.
Para época era óbvio que confiar em seu grupo era extremamente necessário, uma vez que se estava perdido em terrenos até então desconhecidos e não existia mais ninguém em quem confiar. Um grupo não sabia como o outro pensava - acabaram por lutar e morrer por milhares de anos sem perceber que ambos só queriam paz.
Hoje, milhares de anos depois, esse sentimento de defender o seu "grupo" continua e tem o nome de nacionalismo. Mas...por quê? Conhecemos o nosso planeta inteiro, somos os seres mais inteligentes dentre todos os animais e os riscos de morrer por fome, por algum predador selvagem ou para outro "grupo" é muito, muito baixo (exceto o primeiro, que é comum, mas isso é devido à nossa economia e política).
Somos civilizados e em grande parte do tempo utilizamos a razão, todos buscamos a paz e sabemos como utilizar da linguagem para chegar a tal fim. Não corremos mais os riscos de nós mesmos - ou ao menos não deveríamos. Temos razão, sentimentos, lógica e sabemos nos comunicar uns com os outros; sabemos com toda a certeza que só queremos ser felizes e ter paz.
Excluindo-se esse argumento (de "sobrevivência"), o que nos resta como base para sustentar o sentimento nacionalista? Apenas a ideia de que os do nosso "grupo" tem mais importância do que pessoas de outros "grupos". Novamente, por quê?
Para você, qual a diferença entre uma criança argentina passando fome e uma criança brasileira passando fome? Na prática isso não faz menor diferença! Somos todos humanos, estamos todos no mesmo barco, não temos de nos temer, não temos de nos enganar! Não existem argumentos para sustentar o nacionalismo.
Há milhares de anos esse sentimento nos foi útil, mas não precisamos mais dele, ele apenas nos destrói como sociedade humana. Agora, somos um só. Não há por que acreditar no nacionalismo e muitos menos em uma bandeira. Que queimem a bandeira da Argentina, mas que também queimem a bandeira do Brasil!
Que queimem-se as bandeiras do mundo!
Referências: http://criticanarede.com/ed112.html
http://pensador.uol.com.br/nacionalismo/
Muito bom post!
ResponderExcluirÓtimo post Fernando :)
ResponderExcluirLegal, muito legal
ResponderExcluirÓtimo post, o patriotismo só tem servido para separar as pessoas, fazer com que uns se sintam melhores que os outros, vc falou tudo o que penso a respeito disso, Parabéns!
ResponderExcluirótimo post, compactuo da mesma ideia, já tinha lido numa biografia de einstein o episódio de sua vida em que ele fica sem cidadania um certo período pq não queria a cidadania alemã, mas por motivos de trabalho precisava ter uma cidadania e depois de um bom período semnenhuma cidadania ele conseguiu tirar a suiça......enfim.....não precisamos de bandeias, só de nós mesmos......
ResponderExcluirMuito bom!
ResponderExcluirNão compactuei com a ideia .O sentimento nacionalista não nasceu nos primórdios ,até porque ,eles não possuíam posição correta ,eles apenas caminhavam por todos os lugares em busca de climas amenos e fácil acesso a alimentação.Eles não possuíam moradia exata,portanto ,não tinham amor pela sua terra .O nacionalismo é fundamental para uma nação evoluir ,mas infelizmente o brasileiro não para com essa mania de americano...Viva amor por nossa terra ,nosso clima ,cultura ,histórias de luta e de glória. Eu tenho orgulho de ser brasileiro , da nossa música ,do meu país tropical ,das nossas histórias de lutas e conquistas .Eu tenho orgulho de morar no pais do samba , do forró e do baião ,num país em constante progresso , que esse ano saiu do mapa da fome ,organizado pelo onu . Se eu pudesse escolher 10 vezes aonde nascer,nasceria 11 vezes no Brasil . Viva o Brasil !!!
ResponderExcluirLendo esse texto lembrei dessa frase do Projota (que foi um dos motivos de ele ter ganhado meu respeito): "Bandeiras são só panos. Sou torcedor fanático, do time dos humanos".
ResponderExcluirContudo, é claro que não devemos desmerecer a cultura ou história da nação de um ou outro país, mas isso não significa que temos que tratá-lo como se fosse a mais rara e bela pedra preciosa do mundo. Que o Brasil, por exemplo, tem terras maravilhosas etc e tal, isso é notável, mas significa que nas terras de outros países não existem paisagens maravilhosas, ou não existem estilos musicais ou danças nativas tão boas quanto as daqui?
Até hoje, continuam constantes as disputas territoriais em certos lugares, seja por motivos simplesmente étnicos, por motivos religiosos ou mesmo por abundância de certos recursos. Ou seja, os territórios ainda mudam. Se por acaso - num exemplo bizarro, mas não impossível - outro país passasse a dominar, por exemplo, metade de determinado país, o habitasse exclusivamente com sua população e não houvesse jeito de recuperá-la, será que, com o tempo os nacionalistas que antes viviam lá deixariam de amar e passariam a desprezar ou demonstrar indiferença aquela parte que um dia pertenceu a seu país? Ou, se alguém que nasceu e se tornou nacionalista no país A tivesse nascido no país B, iria preferir ter nascido no país A?
Sabe, realmente gosto do Brasil mas, se pudesse, viajaria pelo mundo pra conhecer outras terras e suas culturas e talvez até passasse a morar em uma delas. Não porque teria menos defeitos do que aqui -todo país tem defeitos-, mas porque, enquanto ser humano, sou um ser sociável e faço parte da natureza e a natureza e as pessoas não se encontram só aqui.